Oi gente tudo bem? Vamos conversar um pouco sobre a escolha de andar com seu cachorro solto da guia, visto que este assunto está presente todos os dias quando saímos para passear com nossos cães, fazendo-se necessário deixar claro os prós e contras desta escolha.
Alguns de vocês já devem ter se deparado com uma situação destas ou conhece alguém que já passou por isto:
- Estava caminhando com meu cão, preso na guia e de repente aparece um cachorro correndo ou latindo em minha direção e pronto, meu cachorro foi mordido ou quase isso. Por alguns segundos dá a impressão que o cão não tem dono, mas na verdade, ele está ali, mas a metros de distância um do outro, o que incapacita o mesmo de proteger seu cachorro ou evitar que ele machuque outro. Um cão solto, passeando sozinho sem supervisão de alguém é infelizmente uma situação muito comum em São Paulo e muito perigoso já que este cachorro pode sofrer várias consequências, correndo sérios riscos para sua segurança. Tudo pode acontecer nesse momento: o cachorro pode se assustar com algum barulho e sair correndo, pode se machucar, pode ser mordido ou morder caso sinta-se ameaçado e com medo por alguma situação, pode inclusive ser roubado e você nem perceber. Eu, por exemplo, tenho diversas experiências destas e muitas cicatrizes no corpo de mordidas e arranhões de cães soltos, que vieram na minha direção ou literalmente partiram para cima da minha cachorra na época, totalmente descontrolados, onde tive que improvisar para nos proteger e parar o animal. No meu caso como adestradora consigo resolver de forma rápida, mas penso e me preocupo com vocês, meus clientes que ficarão desesperados nestas situações. E entre um belo dia de passeio, acontece um verdadeiro show de horror, com pessoas e cães machucados.
Quando seu cão está na guia, ao seu lado, você é o dono da situação, está vendo tudo a sua volta, os cães que se aproximam, as pessoas e etc.. Pode brincar com seu cão, em um local mais vazio e inclusive levar uma guia mais longa para que ele possa ter um pouco mais de mobilidade e ficar mais à vontade, porém sempre perto de você e sua família. Existe algum momento em que pode soltar seu cão? Em ambientes controlados, como por exemplo um espaço cercado em que poderão ficar sozinhos nele e que você tem a certeza de que ao chamar seu cão, ele virá direto para você, ok é saudável e seguro sim. Mas isso leva um certo tempo de treino entre você e ele, tudo bem?
Outra situação bem comum são os cães de rua, que quando em maior número acabam formando matilhas (o que garante sua sobrevivência nas ruas) aumentando a periculosidade e o risco de atacarem outros cães que passeiam com seus donos, ou simplesmente podem atacar qualquer um a qualquer momento que passe em frente ao “seu território”. Uma forma de evitar acidentes nestes locais são: ande atendo, evite passar na mesma calçada e opte por evitar andar nos locais que você já sabe que tem cães soltos. Esta é a melhor opção em se tratando de um país como o nosso, onde acontecem milhares de abandonos diariamente, milhares de negligências perante estes animais, onde até existem algumas leis, mas nos faltam pessoas capacitadas (ou órgãos, ou associações, enfim...) para fazê-las serem cumpridas.
O mundo ideal é um mundo sem abandono, sem maus tratos, sem agressões. O mundo ideal é vivermos cada um em sua casa, com água, luz, saneamento básico, alimentação, ter um trabalho e poder estudar.
Um outro ponto muito importante no qual precisamos ser cautelosos e respeitosos são: a importância de avaliar sem darmos veredito final, é compreender os dois lados da moeda: o lado do cachorro e o lado do humano.
Os cães, ao contrário do que muita gente pensa, sabem se defender e muito bem. São predadores e quando se sentem ameaçados ou com medo, podem ter algumas atitudes perigosas para resolver o conflito (avançar, morder, latir bravamente, tentar fugir desesperadamente), portanto, assuma o controle da situação e tenha a guia sempre em mãos, para ter as rédeas da situação, ok?!
Existem alguns lugares em SP que já ficaram famosos como sendo a rua onde os cães mordem e saem correndo atrás de tudo e todos que passarem por ali. Se estes cães têm dono, se faz necessário instruir seu dono através de diálogo respeitoso para que seus cães fiquem seguros em suas casas e quando forem passear é necessário conduzi-lo com o equipamento de segurança, ou seja, com sua coleira e guia. O dono do cão é responsável por ele e por tudo que o envolve, incluindo danos que ele causou em outro cão ou humano e responder legalmente por isto, caso necessário. Agora se são cães de rua, ou possuem um único cuidador para muitos cães, no caso de acumuladores, outras medidas de segurança para o bem de todos envolvidos precisam ser tomadas.
O homem que tenta se defender e se proteger dando um “chega pra lá” no cachorro que está indo para cima dele, muitas vezes é mal interpretado e condenado como se estivesse maltratando o cão e na verdade está apenas se protegendo. Engraçado como para onde as coisas estão caminhando: de um lado um cão descontrolado e do outro um ser humano tentando se proteger. Ou seja, é literalmente um salve-se quem puder e quem for mais rápido. O cão automaticamente é taxado como animal indefeso e coitado, o homem um ser que é agressivo e maldoso. Alguns riem da situação, outros dão graças a Deus e à São Francisco de Assis porque fizeram o melhor com o que tinham no momento para resolver a situação da melhor maneira possível. Porém, vale lembrar que vivemos em sociedade, é necessário bem convivermos e nos respeitarmos, praticando a educação e a gentileza. Compreender que o é fácil para você pode ser muito difícil para o outro ou vice-versa. O que realmente fará diferença em nossas vidas, em nosso dia a dia, é como vamos lidar com estas situações, como faremos para resolver estes problemas e acabar com estas situações super perigosas e que podem ser fatais, tanto para o homem, como para o cachorro.
Quero que este texto sirva como uma reflexão, para encontrarmos meios de vivermos com mais qualidade de vida em meio a tantas pessoas diferentes e com tantos cachorros (graças a Deus kkkkk).
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